11/21/2020

O beijo de Kitty Pryde

 


Kitty Pryde is now canonically bisexual (and why that matters)

Segue abaixo uma tradução livre do texto que está no link, feito por Kat Calamia: 

"Kitty Pryde agora é canonicamente bissexual (e por que isso importa)

Quando os fãs listam seus X-Men favoritos, Kitty Pryde é uma personagem que sempre aparece. Mas por que as pessoas a amam tanto? Ela nunca foi uma protagonista nos filmes da franquia, ela não é uma Vingadora, e ela nunca teve sua própria série solo. 

Kitty Pryde é adorada pelos leitores das HQs porque nós podemos nos identificar com ela. Outrora a mutante mais jovem dos X-Men, a jornada de Kitty é uma ocorrência rara nos quadrinhos onde os leitores viram um personagem crescer. Mas o que pode ser o aspecto mais identificável de seu caráter é sua busca contínua por si mesma.


Kitty Pryde apareceu pela primeira vez em "Uncanny X-Men" 129 de 1980, apresentada como uma jovem adolescente que acabara de descobrir que era uma mutante, com a habilidade de atravessar objetos. Como uma pessoa que acabou de descobrir que era uma mutante, ela se viu dividida entre dois mundos. Ela continua sua vida 'normal' em Deerfield, Illinois, ou viaja em uma nova jornada com os X-Men?

Para tornar a decisão de Kitty ainda mais difícil, o escritor e co-criador Chris Claremont mudou esses planos ao adicionar Emma Frost à mistura. Kitty não apenas teve que escolher se deixaria sua vida humana para trás pelos X-Men, mas também entre o bem e o mal. Aos 13 anos, ela teve que olhar profundamente para dentro de si mesma e perguntar: "quem sou eu?" Uma questão que a perseguiria continuamente ao longo de sua história nos últimos 40 anos.

A luta de Kitty Pryde com a identidade tem sido um tema central de seu caráter, desde suas escolhas de moda questionáveis ​​até a dificuldade para escolher um simples codinome, mas também em um nível subtextual - sua sexualidade. Kitty apareceu pela primeira vez nos anos 80, durante o auge da epidemia de AIDS. Havia uma falta de representação LGBTQA + em todas as mídias (não apenas nos quadrinhos), com os quadrinhos de super-heróis contando com a narrativa subtextual para qualquer tipo de representação.

E, meu Deus, Kitty era a rainha da narrativa subtextual: ela flertava com suas amigas, abraços com Rachel Summers que duravam um pouco demais e brigas de cócegas com Illyana Rasputin. Alguns podem ir mais longe e dizer que isto tratava-se de "queerbaiting" - dar apenas o suficiente para fazer os fãs "queer" "felizes" sem realmente ter que entregar qualquer representação real.


Em uma entrevista de 2016 com "Jay & Miles X-Plain the X-Men", Claremont até menciona que o verdadeiro amor de Kitty sempre foi destinado a ser Rachel Summers, e este não é o único lugar em que ele falou sobre sua bissexualidade - deixando mais momentos subtextuais nas minisséries "X-Men: The End" e "Mekanix".


Mas não foi até "Marauders" 12, de setembro de 2020, do escritor Gerry Duggan e do artista Matteo Lolli, que a bissexualidade de Kitty Pryde foi realmente confirmada.

No início da série, Sebastian Shaw matou a personagem e, ao contrário dos outros mutantes de Krakoa, ela não foi capaz de ser trazida de volta à vida com a cerimônia de ressurreição dos X-Men. Felizmente, após inúmeras tentativas, os X-Men e Emma Frost finalmente descobriram que eram os poderes de fase de Kitty que a impediam de voltar à vida. Uma vez que cuidaram desse detalhe específico, eles foram capazes de ressuscitá-la.


O retorno de Kitty em "Marauders" 12 destaca alguns de seus relacionamentos mais importantes e seus interesses amorosos em potencial. De andar a cavalo até o pôr do sol com Emma Frost, Illyana se lança para abraçar Kitty enquanto uma canção sobre um caso de amor secreto toca no fundo e, é claro, alguns clássicos olhares saudosos entre Rachel e Kitty, todo o subtexto se torna texto e leva ao momento monumental da edição: ela beija uma garota.

Algo que acontece porque Kitty em inúmeras ocasiões nos últimos cinco anos teve de se perguntar "quem sou eu?" e ela estava cansada de fugir da resposta. Por que seu momento romântico com o Senhor das Estrelas nunca pareceu certo? Por que ela deixou Colossus no altar? Por que ela é uma x-man em um navio pirata com tatuagens nos dedos trabalhando para o "inimigo"? Kitty estava tentando encontrar seu eu autêntico, e sua experiência de quase morte a ajudou a alcançá-lo. Seus momentos com todos aqueles Peters eram válidos (essa é a definição de bissexualidade), mas ela precisava se descobrir antes que pudesse aceitar o amor de um homem ou de uma mulher.

Seguindo "Marauders" 12, a personagem, o título e toda a linha dos X-Men foram levados para um evento crossover de dois meses intitulado 'X of Swords', deixando poucas chances para o momento de "revelação" de Kitty Pryde ser desenvolvido, mas os leitores estão esperando por uma continuação ainda este ano.

Com tão poucos personagens bissexuais nos quadrinhos de super-heróis (e ainda menos histórias de bissexuais assumidas), torna-se muito mais importante que a bissexualidade de Kitty Pryde continue visível."

* Como fã de longa data da personagem, sinceramente não me importo se ela é hetero ou não. Com certeza não me incomodarei com o fato dela ficar com outra mulher, como Psylocke ou Rachel. Só espero que a personagem seja tratada com respeito e não acabe descaracterizada neste processo. Kitty sempre foi gente como a gente, nunca teve medo de expressar suas opiniões e, por isso, é mais do que natural que ela assuma sua bissexualidade, um aspecto que já foi insinuado várias vezes durante a sua longa carreira nos gibis. 

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