"A LUZ E A ESCURIDÃO
Parte 1 de 12: DESTINO
Para ela, a vida sempre foi como um parque de diversões. Aproveitava cada momento sem se importar com o que viria a seguir. Até a hora em que sua irresponsabilidade lhe tirou algo de imenso valor.
Para ele, a vida era apenas o começo de uma longa jornada. Apesar da pouca idade, carregava em seus ombros a missão de ajudar e dar conforto aos que já tinham cumprido parte da viagem e se sentiam sós por alguma razão.
As vidas deles se cruzaram e estarão juntas para sempre.
Parte 2 de 12: A VISÃO
David acordou no meio da noite. Ao lado de sua cama, pairava um anjo. O garoto não parecia estar surpreso.
- Oi. Você é o meu anjo da guarda? - perguntou David.
- Na verdade, não. Embora desejasse ter essa honra. Você é muito especial para todos os meus amigos e eu.
- Como assim especial?
- Ora, você sabe. Que garoto de 12 anos consegue conversar com um anjo? Que garoto de 12 anos tem a percepção de quem ou o que realmente sou? Você sempre viu coisas estranhas não é verdade?
- Sim. Você veio aqui só para me dizer isso?
- Não, eu vim para lhe prevenir. Até agora, você só teve contato com a parte "boa" de seu dom. Mas quanto mais você o vivencia, mais ele se torna poderoso. E o poder não atrai somente coisas boas.
- Você está dizendo que eu irei ver coisas ruins?
- Sim. Ruins demais para uma criança, mesmo uma como você, suportar.
- Tem alguma maneira de você me ajudar? Você não pode fazer com que as visões vão embora?
- Não - respondeu o anjo, com certa tristeza no olhar - As coisas não funcionam assim. Eu só posso lhe dizer para que você acredite em si mesmo quando "eles" chegarem.
- "Eles" podem me machucar?
- Não diretamente. Me desculpe, mas eu tenho de partir. Meus poderes têm um certo limite.
- Espere, qual é o seu nome? Você vai voltar?
- Sim, eu voltarei. Eu não tenho um nome.
Após dizer isso, a figura angelical que pairava sobre a cama de David desapareceu como num passe de mágica.
O garoto, então, voltou a deitar-se e começou a pensar. Pensou sobre sua primeira visão. Ele tinha apenas cinco anos quando viu Ariel. Ariel era sua prima, e tinha morrido um ano antes, vítima de um acidente de carro. Ariel tinha somente quinze anos quando aconteceu o acidente.
David lembra que nem sequer se assustou quando viu a bela e iluminada imagem de Ariel surgir na sua frente, enquanto ele brincava numa pracinha.
Os lábios dela se mexiam mas David não conseguia ouvir nenhuma palavra. Mesmo assim, a paz e a alegria que ela transmitia eram tamanhas que até hoje continuam a acompanhá-lo.
Será que agora tudo mudará? As visões virão acompanhadas de dor e de sofrimento?
David não sabe as respostas. Ele só sabe que a partir de agora, sua vida vai mudar muito, e possivelmente para pior."
Continua no próximo domingo.
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