3/04/2010

O Herói

"O Herói

Degrau por degrau
Subia rumo à luz de seus olhos
Nem os ferimentos, nem a dor
Podiam me deter
Agora que estava tão perto
De tê-la novamente em meus braços
Ainda que por uma última vez

Derrubei a porta, e lá estava
Minha amada, com os pés longe do chão
Possuída pelo mal ancestral
Que devastara nossos lares e nossas almas
Com sua infinita corrupção
Ela atirou-se em meus lábios
Deixando-me sem ação, perdido em sua escuridão

Ah, como era bom sentir seu corpo,
Ainda que corrompido, junto ao meu
Sabia o que devia ser feito
Mas gritava por dentro, louco de tristeza
Aos poucos, estava entregando-me às trevas,
Não podia mais adiar meu maldito destino
Ergui a espada e atravessei nossos corações

Seus olhos lacrimejaram, e pude ver um último sorriso
Ela estava livre, liberta pelo poder do amor
Pude, ainda, abraçá-la por alguns segundos
Tocar sua carne, sentir seu sangue unir-se ao meu
O reino estava salvo, embora devastado, iria sobreviver
Parti em paz, minha missão estava cumprida
Ergam, ergam estátuas para este desgraçado herói."

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