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9/01/2018
Sandman - Edição Definitiva - Vol. 3
O volume 3 de "Sandman - Edição Definitiva" trouxe como grande destaque o longo arco em nove partes "Vidas Breves", além de várias outras histórias fechadas, que eu comentarei brevemente nos parágrafos abaixo. Entre os artistas, temos a participação de nomes como Jill Thompson(que também escreveu a introdução), Mark Buckingham, P. Craig Russell, Michael Zulli, Michael Allred e Steve Leialoha. Vamos, então, às aventuras dentro e fora do Sonhar:
O Parlamento das Gralhas - Caim, Abel e Eva contam três histórias para o bebê Daniel, que vai visitá-los no Mundo dos Sonhos. A história das gralhas é ótima, assim como a relatada por Eva.
A Canção de Orfeu - publicada numa edição especial, esta ótima aventura conta toda a sofrida história de Orfeu, único filho de Morfeus. A jornada do jovem músico ao Inferno para resgatar sua amada Eurídice foi belamente retratada, e o trágico destino do personagem nas mãos das bacantes é tão devastador quanto a despedida entre ele e seu pai.
Vidas Breves - arco espetacular, que mostra Sonho unindo-se à excêntrica e adorável Delirium(ou Delírio) em uma viagem cujo objetivo é encontrar Destruição, seu irmão ausente, que abandonou suas responsabilidades como Pérpetuo vários anos atrás.
A "road trip" dos irmãos é extremamente divertida e mostra a dupla indo atrás de uma seleta lista de pessoas que conviveram com Destruição e poderiam saber de seu paradeiro atual. Os dois capítulos finais são belíssimos, mostrando primeiro o reencontro de Sonho e Delirium com Destruição, que tem diálogos afiados e termina com este último indo embora deste mundo para todo o sempre.
Depois Sonho precisa despedir-se também de seu filho Orfeus, e esta despedida é feita de forma tocante e repleta de significados. Vale destacar ainda, sobre este arco, os ótimos personagens que apareceram, como o cão Barnabás(companheiro de Destruição), a deusa Ishtar(e sua dança que não deve ser presenciada por nenhum humano) e a família que protegia Orfeu em seu templo.
Os momentos mais dramáticos cabem(como deveria ser) à Morfeus, mas a protagonista de "Vidas Breves" é Delirium, que tem um visual espetacular, perde o fio da meada nas conversas de vez em quando(seus balões coloridos de fala são bem legais) e estabelece-se aqui como a "cola" que une os Perpétuos, sendo querida até mesmo pela "insensível" Desejo.
A trama termina com todas as coisas em seus devidos lugares, e só fiquei com pena do policial rodoviário que termina seu caminho aprisionado em um manicômio apenas por cruzar o caminho de Delirium enquanto trabalhava. E só para elogiar um pouco mais, a arte de Jill Thompson dá um show e consegue encantar em vários momentos, quando como Sonho vai até o reino de Delirium e na bela noite estrelada que marca o adeus de Destruição.
Espelhos Distantes: Ramadã - Na edição 50 da revista, vemos o rei de uma versão maravilhosa de Bagdá negociar a cidade com Sonho para que todas as suas realizações não sejam perdidas com a passagem do tempo.
As aventuras seguintes mostram um grupo de viajantes abrigando-se de uma "tempestade da realidade" em uma estalagem localizada no fim dos mundos. Enquanto esperam a tempestade passar, eles alternam-se contando histórias maravilhosas. As minhas favoritas foram: "O Leviatã de Hob", "O Menino de Ouro" e "Mortalhas".
Na conclusão o grupo testemunha um magnífico cortejo fúnebre cruzando o céu e, pelos personagens que acompanham o caixão, podemos deduzir que o falecido é Sonho, e que a morte de uma entidade tão poderosa quanto ele provavelmente foi a responsável pelo surgimento da tempestade que abalou tanto o espaço quanto o tempo.
Nos extras deste volume, mais uma história curta de Desejo(da qual não gostei muito), o roteiro completa da edição 50 da série e uma extensa galeria de imagens retratando Sonho e seus irmãos Perpétuos.
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