2/12/2009

I Love Lux

Li o livro "As Virgens Suicidas", de Jeffrey Eugenides, e gostei. Já havia apreciado a história apresentada na adaptação para o cinema dirigida por Sofia Coppola, e foi bem interessante descobrir vários outros detalhes da obra que não foram utilizados na versão cinematográfica.

Só para relembrar, o livro conta a história das irmãs Lisbon(Cecília, Lux, Thereza, Bonnie e Mary), que no período de um ano cometem suicídio, mudando para sempre a vida de um grupo de meninos da vizinhança, que organiza um museu de evidências sobre a vida(e a morte) das garotas.

A obra(que eu recomendo) apresenta um texto ágil e divertido. Já vi o filme várias vezes e ficou impossível não associar Lux à atriz que a interpretou(Kirsten Dunst), por exemplo, e isso fez com que as personagens e cenários ficassem mais acessíveis para mim.













O narrador é um dos vizinhos das Lisbon que, junto com os amigos, tentou através das próprias lembranças, dos relatos de outras pessoas que acompanharam os trágicos eventos e das coisas deixadas pelas Lisbon, encontrar um motivo para os atos suicidas das irmãs(principalmente para o cometido por Cecília, a mais jovem de todas, que acabou causando os demais).

Ele rememora todos os acontecimentos daquele estranho ano, todos os passos dados pelas garotas e seus pais, visita o passado das irmãs, sem conseguir encontrar uma explicação definitiva para a fatídica decisão tomada por Cecília.

A forma como a vida dos demais Lisbon deteriora-se aos poucos após a partida de Cecília é mostrada de forma envolvente e dramática, adjetivos que servem também para descrever o fato de que Lux e suas outras irmãs já estavam condenadas, apesar de seus sonhos e esforços para escaparem do isolamento imposto pelos pais.

O fascínio que as garotas despertaram nos seus vizinhos é outro ponto abordado muito bem pelo livro. Lux e Cecília são personagens indecifráveis e cativantes, grandes trunfos criados pelo autor.

A tristeza causada pelos Lisbon vai aos poucos modificando a sua casa e toda a vizinhança, que acaba perdendo a inocência e deixando para trás antigos hábitos, entrando de forma irreversível num estilo de vida diferente, mais individualista,
que muitos podem considerar negativo, mas eu prefiro não entrar neste mérito.

Para encerrar este post, deixo aqui uma pequena passagem do livro, onde o autor faz um comentário sobre as impressões deixadas pela leitura do diário de Cecília:

"Soubemos, afinal, que as garotas são na realidade mulheres disfarçadas que compreendem o amor e até mesmo a morte, e que a nossa tarefa era apenas gerar o barulho que parecia fasciná-las".
* A versão das editoras L&PM e Rocco tem 206 páginas, e foi traduzida por Marina Colasanti.

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