Bom o filme "O Doutrinador"(2018, Dur.: 115 min., Dir.: Gustavo Bonafé), que levou às telonas a HQ criada por Luciano Cunha em 2010, que ficou famosa três anos mais tarde em meio à onda de protestos que varreu o Brasil. Na trama, Miguel(Kiko Pissolato) - um agente de elite da polícia - decide caçar os políticos corruptos de nossa nação após ver sua filhinha ser atingida por uma bala perdida e morrer sem o atendimento adequado nos corredores de um hospital lotado.
A primeira vítima do vigilante é o governador de seu estado, que logo é seguido por todos os envolvidos em uma extensa rede de corrupção que alcança os mais altos níveis do poder brasileiro. Em sua batalha contra a podridão do sistema, o Doutrinador conta com a ajuda apenas da hacker Nina(Tainá Medina), que viu o anti-herói surgir durante uma violenta manifestação.
Pissolato está muito bem como o protagonista, e a produção apresentou algumas imagens bem poderosas e contou com uma trilha sonora competente. Infelizmente, a reta final da história deixou a bola cair, com alguns graves furos no roteiro, que acabam inclusive tirando o impacto da derradeira e radical ação tomada pelo Doutrinador. Outros acontecimentos também pecam por terem sido tratados de forma rasa, como a descoberta pela ex-esposa de Miguel(Natália Lage) de que ele é o vigilante.
Apesar desses problemas, acho que o saldo de "O Doutrinador" pode ser considerado positivo, ainda mais por tratar-se da primeira grande superprodução envolvendo um herói dos gibis brasileiros. O personagem terá uma série na TV em 2019(será que as filmagens casadas do filme e do seriado não tiraram um pouco o foco dos criadores?) e tem potencial para viver novas aventuras no cinema. Nota: 6,5.
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