4/02/2017

Patrulha do Destino: Planeta Amor


Muito bom o encadernado "Patrulha do Destino: Planeta Amor", o sexto e último a reunir a marcante passagem de Grant Morrison e Richard Case pelo título dos heróis esquisitões da DC. As quatro primeiras histórias mostram a Patrulha - em frangalhos, como sempre - enfrentando o poderoso vilão Candelabro, ameaça surgida diretamente da mente de Dorothy Spinner(que, ainda criança, queria apenas escapar das zombarias de um menino malvado).


Após ter seu cérebro destruído no volume anterior, Cliff Steele volta à ação graças ao templário Willoughby Kipling(um susbtituto de John Constantine, que não podia ser usado por Morrison por decisões editoriais), que coloca a mente do herói em um novo corpo. A consciência do Homem-Robô tinha sido salva por Caulder em seu supercomputador, e assim seguiu existindo mesmo após a destruição do último resquício humano de Steele.


Cliff, Kipling e Dorothy vão até uma caótica Nova York enfrentar Candelabro, que aos poucos está matando os sonhos de toda a população e assim causando o fim do mundo. A destruição dos sonhos leva à um Apocalipse psíquico que, por sua vez, acarretará a morte física de todos.


Candelabro causa vários estragos nos integrantes da Patrulha que o confrontam, antes de finalmente ser derrotado graças aos hercúleos esforços conjuntos de Rebis(que teve seu corpo antigo destroçado, mas voltou ao combate em uma nova forma), Dorothy(que finalmente deixa seus medos para trás) e do Dr. Will Magnus(o criador dos Homens Metálicos, que faz com que as nanomáquinas de Caulder enfraqueçam o corpo robótico de Candelabro).


A luta contra o Candelabro fez com que Cliff tivesse seu corpo danificado mais uma vez; Kipling perdeu um braço e só manteve-se vivo graças à sua magia; Danny, a Rua, também foi afetada e ficou em chamas; e uma Crazy Jane com sua mente novamente em paz(e, por isso, sem poderes) foi enviada para o "inferno" pelo vilão.

Toda esta sequência de histórias é eletrizante, tem alguns momentos assustadores e o sacrifício realizado pelos heróis para acabar com o Candelabro é emocionante. Na aventura seguinte, Steele entra no Pensotanque de Caulder para desprogramar o programa catástrofe deixado pelo Chefe, que tinha como propósito acabar com o mundo. O Homem-Robô consegue fazer com que as nanomáquinas destruam-se e salva o mundo pela segunda vez em apenas um dia.


Recuperada da batalha contra o Candelabro, Danny, a Rua, cria um novo mundo onde todos são felizes e realizam os seus desejos. Este mundo dos sonhos pode ser acessado do mundo real através de Danny e fica sendo a casa de Rebis(Dorothy decide voltar para o mundo real, para onde é levada por um balão vermelho). Este é o "planeta amor" que dá nome ao encadernado.

A seguir, ficamos sabendo do destino de Crazy Jane, que foi mandada para um manicômio, onde ficou por mais de seis meses, recebeu um tratamento de eletrochoque e conseguiu voltar para a vida "normal". Sufocada pelo cotidiano, Kay Challis decide cometer suicídio, mas é impedida por Steele. Após conseguir localizar sua amada, o Homem-Robô a leva para o mundo criado por Danny, onde a dupla finalmente pôde ter seu final feliz.


Esta história foi narrada por Márcia(psiquiatra que tratou de Kay e tinha uma queda por ela) e mostrou uma subtrama onde Jane interfere em um bizarro e metafórico confronto entre as "cadeiras" e os "chaveiros". A aventura que encerra o gibi apresenta a equipe chamada "Força do Destino" e funciona como uma grande crítica às histórias sem conteúdo surgidas nos anos 90.

Tudo, desde o estilo dos desenhos e dos personagens até a trama, lembra as chatices criadas por Rob Liefeld e companhia para grupos como a X-Force. Estes seis encadernados lançados pela Panini são leitura obrigatória para os fãs de boas HQs, tanto pelos loucos e elaborados roteiros de Morrison quanto pelos bons desenhos de Case, Sean Phillips e demais desenhistas que passaram pelas insanas páginas estreladas pela sensacional Patrulha do Destino.

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