O filme tem, em sua maior parte, um clima triste mas, no final, deixa um sentimento de esperança, de conforto, pois mostra que a vida sempre segue seu curso e que as coisas terminarão bem(a não ser que você seja alguém como George Harvey) de uma maneira ou de outra. Temos que lidar com pessoas que carregam o mal dentro de si, temos que lidar com inúmeras perdas, mas é reconfortante imaginar que a nossa existência não pára por aqui.
Susie é capaz de interagir com os vivos, afetando suas emoções e percepções, e as partes do filme em que ela faz isso são bem legais, pena que são poucas. Depois de lidar com a raiva que tinha de seu assassino e da tristeza pela perda da família e de tudo que não teve tempo para vivenciar, a garota enfim segue em frente, não sem antes voltar à Terra para um beijo no garoto que gostava e para as derradeiras despedidas de seus pais e irmãos.
A cena do beijo, aliás, no começo pareceu-me um pouco decepcionante, pois pensei que a Susie ia usar o contato com a médium para fazer seu assassino ser pego com "a mão na massa". Mas depois me dei conta que o que prendia ela no "limbo" naquele momento era apenas a falta dessa experiência, e não mais a vingança contra Harvey.
A forma como os familiares de Susie lidam com sua perda é um dos pontos altos do filme. O pai(Mark Wahlberg) fica obcecado em encontrar quem a matou, enquanto a mãe(Rachel Weisz) decide afastar-se por um tempo para curar a ferida. Merecem destaque as boas atuações de Wahlberg e Weisz, e também de Stanley Tucci como o "serial killer" que acaba com a vida de Susie.
"Um Olhar do Paraíso" é mais um bom filme dirigido por Peter Jackson(que fez - sempre é bom lembrar - "Almas Gêmeas" e "Fome Animal") e merece uma nota 8,5.
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