Coringa

Muito bom o filme do "Coringa"("Joker", 2019, Dur.: 122 min., Dir.: Todd Phillips), que apresentou uma nova e contundente história de origem para o conhecido palhaço do crime da DC. A trama, que se passa em uma decadente e opressora Gotham City, acompanha os passos de Arthur Fleck(Joaquin Phoenix), um homem com graves distúrbios mentais que cuida da mãe idosa e trabalha fazendo apresentações como palhaço.

Ele sonha tornar-se um comediante famoso mas, pouco a pouco, vê seu mundo ruir e ser triturado pela fria sociedade de Gotham. Sem contar com o apoio das falidas instituições públicas e das pessoas ao seu redor, a frágil mente de Arthur entra em colapso quando ele perde seu emprego e faz uma chocante descoberta sobre seu passado. O roteiro desenvolveu de forma perfeita o caminho que levou Fleck a transformar-se no insano e letal Coringa, cujas ações acabam por inspirar uma grande revolta nas já caóticas ruas de Gotham.

Joachim Phoenix certamente levará o Oscar pela atuação perfeita e perturbadora que entregou. Seu Coringa gera pena, mas também é debochado, imprevisível e muito assustador. O filme tem algumas cenas bem fortes, um momento ao mesmo tempo tenso e hilário e um grande final, que agrada os fãs do Batman e não desconstrói todo o trágico cenário construído ao redor de Fleck.

Merecem destaque também as boas atuações de Robert De Niro(que faz um apresentador de "talk show" que é idolatrado por Arthur), Zazie Beetz(que interpreta uma vizinha com quem Fleck se relaciona) e Frances Conroy(que brilha como Penny Fleck, mulher que sofre com os mesmos problemas mentais do filho e tenta a todo custo conseguir a ajuda do influente Thomas Wayne(Brett Cullen)).

"Coringa" funciona muito bem como uma obra isolada(por favor, DC e Warner, nada de misturar este palhaço com o resto de seu multiverso cinematográfico), aproveitou com maestria um dos grandes vilões de todos os tempos nas HQs e é um filme que merece ser visto e revisto pelos apreciadores de um cinema de qualidade. Nota: 9.