3/21/2020

Crise nas Infinitas Terras


Gostei do crossover "Crise nas Infinitas Terras", que reuniu os elencos de cinco séries do canal CW(Supergirl, Batwoman, Flash, Arrow e Legends of Tomorrow) para adaptar a clássica minissérie lançada pela DC em 1986. Na trama, o Monitor reúne os maiores heróis da Terra para impedir que o maligno Anti-Monitor use uma onda de antimatéria para destruir o Multiverso e reconstruí-lo à sua imagem.


Os realizadores de "Crise" estão de parabéns, pois conseguiram reproduzir a maior parte dos elementos do gibi de forma satisfatória e o evento funcionou bem, mesmo com um orçamento limitado e a impossibilidade de mostrar tudo o que foi visto no material original. Há alguns furos de roteiro e um certo malabarismo criativo para encaixar certos personagens(como a Precursora e o Pária), mas as partes mais importantes são vistas na tela: a destruição de várias Terras, o envolvimento do Espectro, os sacríficios de vários heróis e o combate final contra o Anti-Monitor.


No final, os personagens das séries do "Arrowverse" são todos reunidos na Terra Primordial(o que facilitará toda uma nova onda de encontros) e temos o surgimento de uma Liga da Justiça, com uma sede igualzinha à do desenho "Superamigos", de onde também surgiu o macaquinho "Gleek"(que deve ser adotado como mascote do time e indica uma futura aparição dos Super-Gêmeos). Esta Liga inicial está longe de ser fraca e conta com os seguintes integrantes: Superman, Supergirl, Batwoman, Raio Negro, Canário Branco, Caçador de Marte e Flash.


Foi deixada ainda uma cadeira vazia que homenageia o Arqueiro Verde, que teve a sua série encerrada este ano e sacrificou-se duas vezes para salvar seus amigos e todo o Universo. "Crise" contou ainda com uma grande participação de Lex Luthor(que aproveitou-se do evento para "limpar sua ficha" e ser visto por todos como um herói) e apresentou Ryan Choi, que nas HQs é o herói Eléktron, um membro bem conhecido da Liga da Justiça.


Deixando a história de lado, é claro que o grande atrativo e a maior realização deste crossover foram as inúmeras participações especiais, com as aparições de atores de inúmeros filmes e séries do Universo DC, como Tom Welling e Erica Durance(de "Smallville"), Brandon Routh(que vestiu mais uma vez o uniforme de Superman e teve uma batalha bem legal com o Superman atual do Arrowverso, Tyler Hoechlin), Burt Ward(que interpretou o Robin na clássica bat-série dos anos 1960), Kevin Conroy(históricos dublador do Batman nas animações), Ashley Scott(que fez a Caçadora na extinta série "Birds of Prey") e Ezra Miller(o Flash atual nos cinemas, que encontra-se com sua contraparte televisiva em uma cena bem descenessária).


A maior destas aparições, ao meu ver, foi a de John Wesley-Shipp, o Flash da série dos anos 1990, que tem uma participação emocionante e essencial para a trama, com direito até à uma cena onde ele dá adeus à sua amada, a cientista Tina Mcgee(vivida por Amanda Pays). Tivemos ainda vislumbres das outras séries atuais da DC(como Titãs, Monstro do Pântano, Stargirl(acompanhada da Sociedade da Justiça) e Patrulha do Destino) e a participação do roteirista da minissérie original Marv Wolfman(o nome do desenhista George Pérez foi mencionado no episódio final).


Assisti ao crossover no canal da Warner, que incrivelmente pulou a terceira parte, pois não exibirá a série da Batwoman. Acredito que esta foi uma grande falha do "Warner Channel", que deveria ter feito um esforço para passar este episódio pelo menos uma vez. Acabei vendo o essencial capítulo graças aos sites de downloads, de onde também tirei o interessante episódio de "Raio Negro" relacionado à Crise, que foi protagonizado por Jennifer Pierce(que, junto com os "Paragons", foi uma das poucas pessoas que sobreviveu ao evento. Ela foi protegida da onda de antimatéria por seu "lugar seguro").


Nunca pensei que um dia veria uma adaptação de "Crise" e fiquei satisfeito com o evento, que mais do que qualquer outra coisa foi um grande presente para os fãs dos personagens da DC e de super-heróis em geral. Com mais e mais séries surgindo ano após ano, vejo agora que não há limites para o que pode ser feito em "live action" atualmente, o que é uma excelente notícia para velhos(como eu) e novos leitores de quadrinhos. "Mundos viveram, mundos morreram" e nada mais vai ser o mesmo!!!

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