11/23/2015

Jessica Jones


Gostei da série da "Jessica Jones", lançada na última sexta-feira pelo Netflix. Nos treze episódios, acompanhamos a história de Jessica Jones(Krysten Ritter), uma detetive particular com habilidades especiais(superforça, regeneração acelerada e capacidade de saltar longas distâncias) que vê-se forçada a lidar com o retorno de um grande inimigo de seu passado: o assassino Kilgrave(David Tennant).


Kilgrave também tem um grande poder: é capaz de controlar as mentes das pessoas, forçando a sua vontade sobre elas. Kilgrave controlou Jessica por um tempo, até seu domínio ser rompido por um acidente e ela tê-lo abandonado para morrer. Obcecado pela única pessoa que conseguiu escapar de sua teia sinistra de manipulação, Kilgrave ressurge atrás de Jones em busca de vingança.


O trauma causado por Kilgrave deixou profundas marcas em Jessica, que tornou-se alcóolatra e é incapaz de manter um relacionamento duradouro. O retorno do criminoso a força a lidar com seus maiores medos e começa um sangrento e complexo jogo que estende-se por todos os episódios, atingindo um grande número de inocentes ao longo do caminho. Assim como o Demolidor teve apenas o Rei do Crime como inimigo, Jessica vê-se envolvida em um longo embate contra o "Homem Púrpura", como Kilgrave é conhecido nas HQs.


Como aliados de Jessica, temos a presença do vizinho Malcolm(Eka Darville), da amiga de infância Trish Walker(Rachael Taylor), da fria advogada Jeryn Hogarth(Carrie-Anne Moss) e de Luke Cage(Mike Colter), que nos gibis casou-se e teve uma filha com a investigadora. É claro que ao longo do seriado todos acabam entrando em contato e sendo vítimas das mortais ordens de Kilgrave. Carrie-Anne Moss está muito bem como Hogarth, e sua trama paralela(que envolve um caso com a secretária e um divórcio nada amigável) funciona bem.


Trish também contribui bastante para o bom desenvolvimento das histórias, sendo uma grande parceira para Jess na guerra contra Kilgrave. Nos quadrinhos, Patsy Walker é a heroína Felina, que chegou a fazer parte dos Vingadores por um tempo. Mike Colter ficou muito bem como Cage, e sua conturbada relação com Jessica é um dos grandes destaques da série.



Apesar disso, não gostei de terem envolvido Jessica e Kilgrave com a morte da esposa de Cage no passado. A ideia acabou ficando forçada e prejudicando o ritmo de alguns dos episódios. A metade da temporada também careceu de um andamento melhor mas, a partir do episódio 9, a série retomou o clima claustrofóbico do começo e manteve-se em alta até o final, quando Jones e Kilgrave partiram para a guerra aberta.


O episódio final é ótimo, e deixa Jessica e seus amigos prontos para trilharem um novo caminho. Os efeitos especiais funcionaram bem, as cenas de ação ficaram brutais, o elenco mostrou uma boa química e a série conseguiu transmitir o mesmo cenário sombrio da HQ criada por Brian Michael Bendis e Michael Gaydos.


Fica a torcida para que Jones e cia. voltem em uma segunda temporada, e merecem destaque ainda a citação aos Vingadores, o ótimo crossover com a série do Demolidor e a introdução de um novo vilão que promete dar trabalho a todos os heróis desse núcleo urbano da Marvel: o letal Bazuca. Krysten Ritter ficou ótima como Jessica Jones, e a série - mesmo sendo inferior à do Homem Sem Medo - cumpriu bem seu papel de mostrar um lado mais mundano do Universo Marvel.


***

Estes são os nomes dos 13 episódios desta temporada inicial:

1. Moça Bonita Não Paga
2. Síndrome de Esmagamento
3. Codinome Uísque
4. 99 Amigos
5. O sanduíche me salvou
6. Você ganhou!
7. Segurança Máxima
8. O que Jessica faria?
9. Cartão amarelo
10. Mil cortes
11. Azul para acalmar
12. Entre na fila
13. Sorria!


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