Gostei da nova versão de "A Morte do Demônio" ("Evil Dead", 2013, Dir.: Fede Alvarez, Dur.: 91 min.), que capricha na violência e no sangue mas - apesar da válida tentativa - não consegue ser melhor que o original dirigido por Sam Raimi no começo dos anos 80. Esta visão moderna começa muito bem, com um grupo de 5 jovens indo para uma cabana isolada na floresta cumprir uma importante missão: livrar a rebelde Mia(Jane Levy) do vício das drogas.
Ela já tentou abandonar as drogas antes, mas desta vez seus amigos querem ir até as últimas consequências para ter sucesso e têm um importante trunfo: a presença de David(Shiloh Fernandez), irmão de Mia, que afastou-se dela há muito tempo, num período em que sua mãe enfrentava uma grave doença psicológica que acabou por matá-la. É com esta conflituosa e sombria relação familiar como pano de fundo que o horror ataca de forma rápida e certeira os 5 amigos.
A cabana que outrora pertencera aos pais de Mia e David foi cenário do exorcismo de uma jovem possuída pela maldade contida no Livro dos Mortos, que ficou no local e é encontrado pelos amigos. Eric(Lou Taylor Pucci) é o responsável por libertar o demônio na Terra mais uma vez. A primeira a ser possuída é a já fragilizada Mia, que tenta avisar os outros sobre o perigo mas, por estar sofrendo de abstinência do uso das drogas, não é levada a sério.
Neste ponto começam as cenas mais fortes, com os jovens sendo - um por um - cruelmente atacados pelas forças demoníacas. A clássica cena da "câmera corredora" está presente(e continua a ser assustadora), e é seguida de diversas mutilações, ataques ferozes com toda sorte de objetos cortantes e muito sangue e nojeira. Assim como no filme de 81, o caos impera. Mas, infelizmente, não por muito tempo.
Antes de ser abatido pelo demônio, Eric explica para David o que está acontecendo, diz que o Livro dos Mortos é o culpado por tudo e em suas páginas está contida a solução para a possessão de Mia. E, num curso de ação não adotado no 1º filme, ficamos sabendo que o demônio precisa escravizar 5 almas para poder caminhar livremente pela Terra.
É aí que o filme perde um pouco, ao desviar-se de sua essência. Os protagonistas passam a enfrentar um inimigo que pode ser derrotado, e toda a insanidade e falta de esperança tão bem construída por Raimi no passsado deixa de existir. Surgem então os clássicos clichês dos filmes de terror, como o retorno "surpresa" dos vilões e uma surpreendente e pouco convincente coragem dos "mocinhos", que mostram-se tão poderosos e sobrehumanos quanto os possuídos pelo demônio.
E assim chega o clímax do filme, de forma aventuresca, num sangrento embate entre o bem e o mal que não chega a ser ruim, mas acaba decepcionando. Interessante também ressaltar que em alguns dos momentos que deveriam ser mais chocantes para o público, deu para ouvir as risadas brotarem no cinema. Mesmo sem querer, o filme acabou criando humor, assim como a escrachada segunda versão de "Evil Dead", lançada em 1987. Isso sem falar que a "bruxa do porão", tão apavorante nos primeiros 2 filmes, ficou caricata demais e não assusta ninguém.
Pesando prós e contras, o filme salva-se por pouco, graças ao bom começo e às cenas mais pesadas. Nota: 7.
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