6/08/2019

X-Men: Fênix Negra


Contém spoilers!

Bom o filme "X-Men: Fênix Negra"("X-Men: Dark Phoenix", 2019, Dur.: 113 min., Dir.: Simon Kinberg), o último dos mutantes sobre o polêmico comando da Fox, que iniciou muito bem em 2000 mas depois teve mais baixos do que altos, com produções bem questionáveis como "X-Men: O Confronto Final" e "X-Men Origens: Wolverine" e muita bagunça na cronologia e nos personagens escolhidos para a formação das equipes e o elenco de apoio.


Nesta salada toda, decidi considerar cada filme isoladamente, sem ligar muito para as diferenças em relação às HQs e até dentro do próprio universo cinematográfico que foi construído por Bryan Singer e companhia. Assim, esta segunda tentativa de adaptar a querida "Saga da Fênix Negra" ficou longe de alcançar a qualidade da trama criada por Claremont e Byrne nos gibis mas até que não foi tão ruim quanto eu esperava.


A história mostra os X-Men(agora heróis nacionais) indo ao espaço resgatar um grupo de astronautas em apuros e deparando-se com uma tempestade solar, que na verdade é uma manifestação da entidade cósmica Fênix, que está sendo monitorada de perto pelos alienígenas D´Bari, que tiveram seu mundo destruído pelo poderoso ser e querem usar suas habilidades para construir um novo lar.


Para salvar seu colegas Jean absorve a entidade em seu corpo e fica com seus poderes ampliados e descontrolados, o que a leva a confrontos com os X-Men e com Magneto(que estava vivendo isolado em uma área que servia de abrigo para os mutantes). Ela descobre que Charles Xavier a fez esquecer que ela(quando tinha 8 anos) causou o acidente que matou sua mãe e que seu pai ainda está vivo e a culpa pelo ocorrido.

Na parte mais chata e arrastada do filme, Xavier é bastante criticado por Mística, que acaba sendo morta pela telepata em seu primeiro e meio que injustificado quebra contra os X-Men. Abalada e sem rumo, Jean é abordada pela líder dos D´Bari(interpretada por Jessica Chastain), que tenta manipulá-la e apossar-se de todo o poder da Força Fênix. Neste momento os demais personagens mostram-se divididos, com o Fera e Magneto querendo matar Jean e vingar Mística e Xavier e os demais querendo ajudá-la.


Após uma grande batalha em Nova York, os mutantes são aprisionados pelas autoridades e acaba ficando claro para todos que os D´Bari são a verdadeira ameaça, já que os ETs planejam usar a Fênix para matar todos os humanos e tomar conta da Terra. Xavier e Magneto voltam à unir forças para combater os alienígenas e temos então uma longa sequência de cenas que mostram um embate envolvendo todos os personagens em um trem.

Nesta briga alguns dos X-Men conseguem brilhar, como Tempestade, Noturno e Ciclope(que, infelizmente, mais uma vez teve uma participação que deixou a desejar, pois não conseguiu passar emoção em seu romance com Jean). Grey e a líder dos D´Bari duelam pela posse da Força Fênix e a mutante decide sacrificar-se para salvar a Terra e seus companheiros. No final, a escola é rebatizada com o nome de Jean Grey e passa a ser comandada pelo Fera, com Xavier aposentando-se e Magneto tentando uma reaproximação com seu velho amigo.


Quanto às atuações e caracterizações dos personagens, os atores até que fazem um bom trabalho com o que têm à disposição. Gosto de Sophie Turner como Jean, foi bom ver a Mística de Jennifer Lawrence sendo descartada logo de cara, Jessica Chastain merecia ter um papel melhor e foi uma pena que Mercúrio tenha tido tão pouco tempo de tela. Merece destaque, ainda, a bela cena estrelada pela cantora Cristal(Halston Sage. Vale lembrar que, nas HQs, ela surgiu durante a "Saga da Fênix Negra").


Os X-Men recomeçarão do zero no MCU e espero que tudo o que foi visto e revisto(incansavelmente até) nos filmes da FOX seja esquecido por um tempo, e não faltam tramas e personagens nos gibis que podem e merecem ser aproveitados nesta nova fase. "Fênix Negra" podia ter sido mais coeso e ter vilões melhores mas até que foi um final satisfatório para toda a já mencionada bagunça vista até aqui. Repito a generosa avaliação dada para "Apocalipse" e fica a torcida para que o próximo filme dos X-Men seja excepcional, sem tantos "mas" e tão numerosas ressalvas em sua crítica. Nota: 7,5.

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