O Espetacular Homem-Aranha

Gostei do novo filme do Homem-Aranha, mas esse "reboot" tão próximo da trilogia original fez com que a produção perdesse um pouco o seu impacto. Me lembro da emoção que os 2 primeiros filmes estrelados por Tobey Maguire causou, da novidade que era ver o Aranha saltando na telona e enfrentando inimigos clássicos como o Duende Verde e o Doutor Octopus. Já este foi só mais um filme do Aranha, mais um filme de super-herói, e acho que a abundância de boas produções do gênero vai acabar causando este sentimento nos fãs. Não estou reclamando, só constatando, e lembrando que este aracno-filme chega entre outros 2 muito mais aguardados: o dos Vingadores e o 3º do Batman.

"O Espetacular Homem-Aranha"("The Amazing Spider-Man", dir.: Marc Webb, 2012, Dur.: 136 min.) mostra mais uma vez a manjada origem do Escalador de Paredes, com o bullying de Flash Thompson, a picada da aranha, o surgimento dos poderes, a culpa pela morte do Tio Ben(Martin Sheen), etc. Há um grande destaque para os pais de Peter, que sempre são ignorados na maioria das versões. Aqui, o pai de Peter é um cientista que trabalha ao lado do Dr. Connors e é um dos responsáveis pela pesquisa que dará os poderes de aranha para seu filho e causará a transformação do Lagarto. Esta pesquisa acaba sendo a causa da partida de Richard e Mary Parker, que deixam Peter sob a guarda dos tios.

O vilão da produção é o Lagarto, um réptil gigante que surge depois que o Dr. Curt Connors(Rhys Ifans) injeta-se com um soro que deveria restaurar seu braço. A criatura ficou bem legal, e seus combates com o Aranha não decepcionaram. A briga entre os 2 na escola, aliás, ficou ótima, e rendeu o momento mais engraçado do filme. O plano maléfico do monstro também é interessante e rende um desfecho que não estraga o filme.

O interesse romântico de Peter Parker desta vez é Gwen Stacy(Emma Stone), que ficou simplesmente perfeita, bem parecida fisicamente com a personagem mostrada nas HQs. Emma Stone faz um ótimo trabalho(como sempre, quem não lembra dela em "Zumbilândia"?) e acabou sendo um dos pontos altos do filme. É uma daquelas atrizes(como Kirsten Dunst, a MJ dos outros filmes) que cativam o nosso olhar.

Faltou a presença de J. Jonah Jameson, e a contestação inicial ao herói é feita pelo pai de Stacy, o capitão da Polícia de Nova York. Norman Osborn, outro nome conhecido da mitologia aracnídea, é apenas citado. Todo o trabalho de Connors é realizado na Oscorp, e Osborn precisa da pesquisa desenvolvida pelo cientista para permanecer vivo.

Andrew Garfield também não deixou a desejar como Peter Parker, e mostrou ter competência para ser o astro desta nova fase cinematográfica do herói. Me arrisco até a dizer que ele fez um Parker melhor que o de Maguire. E o Aranha em si também ficou legal, com um novo uniforme, novo logotipo, lançadores de teia(que, para mim, faltaram na trilogia de Sam Raimi) e ótimas cenas, tanto nos passeios por Nova York quanto nos quebras contra os bandidos e o Lagarto.

Nota do filme: 8.