7/14/2011

Poema

Mais um poema de minha autoria:

"Três

Os minutos correm, todos nós
Corremos de forma inexorável
Para o fim, onde o começo de uma
Nova jornada nos espera

Aqui estou, finalmente ela é minha
Finalmente tenho seus olhos grudados
em mim, sua pele tão perto da minha,
Seu coração criando música ao meu comando

Que dia é hoje? Onde estou?
Porque não me reconheço mais? Deixei de ser
a estrela mais brilhante, deixei de ser...
Preciso acha forças para não simplesmente sumir

Seus olhos me perseguem noite e dia
As palavras enchem a minha cabeça,
Os números não param de piscar em minha mente
Por favor, indiquem-me o caminho, restaurem minha razão

O que fiz para merecer isto?
Será que mereço ser punida? Não, não, não...
Apego-me aos sons, às imagens, aos amores e carícias
Passadas, passo ao largo do presente, não estou aqui

E se tudo fosse ao contrário do que deveria?
E se o Mal tiver vencido? Já não sou necessário
Aqui, devo fazer as malas e partir para
Outro universo? Às vezes, esqueço até de suas vozes...

Isto não poderia ser melhor... Tanta solidão
finalmente valeu à pena, tudo está em seu lugar
Pinto a tela de vermelho, grito para o público:
Onde estão os meus aplausos? Eu sou um gênio, eu sou Deus.

E então, como sempre, ele falou
Fez eu chamado, abriu os braços para mim
Dançamos e eu fiquei de pé, como se importasse
Como se algo ainda pudesse ser dito, agora que reina o caos

Veja, veja a minha obra, sinta em sua
vida pequena toda a minha grandiosidade
Esta é a minha arte, este é o meu legado,
O mundo chora, e eu parto agora rumo à imortalidade

Tudo está perdido, tudo está fora de lugar
Digo adeus aos pequenos prazeres que tive
Tento não ser perfeita, mas não consigo
Dou tudo à ele, maldito seja, maldita seja eu

Os minutos correm, todos nós
Corremos de forma inexorável
Para o fim, onde o começo de uma
Velha jornada nos espera."

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