Mais um belo poema, de J.G. de Araujo Jorge:
"Lembrança
Bom tempo o que ficou,- a mente na alegria
de uma tarde azulada e linda de setembro,
- disso tudo, hoje, triste, eu muita vez me lembro
enquanto uma saudade o peito me crucia...
Amei-te, como nunca outro alguém te amaria,
eras o meu sonhar de janeiro a dezembro...
Depois...tu me deixaste, e ainda hoje se relembro,
amargo a mesma dor cruel daquele dia...
Agora em solidão, - sou um corpo sem alma,-
e indiferente a tudo vou chegando ao fim
como a tarde que cai bem suavemente em calma.
Já não sinto...não sofro...já nem vivo até.
Se a vida ainda era vida ao ter-te junto a mim,
hoje, longe de ti, nem vida ao menos é!
* Encontrei este no blog "Rapsódias Nefárias".
No comments:
Post a Comment