2/02/2016

Quarteto Fantástico(2015)


Lamentável o mais recente filme do "Quarteto Fantástico"("Fantastic Four", 2015, Dur.: 100 min., Dir.: Josh Trank), que é até bem feito tecnicamente mas não tem alma, traz um roteiro fraco e ficou longe de levar às telonas a essência verdadeira de uma das maiores equipes de super-heróis das HQs.

Todo mundo sabe que o Quarteto - antes de ser uma equipe - é uma família, e este sentimento de cumplicidade entre seus membros(visto nos 2 filmes anteriores, por exemplo) nunca aparece de forma consistente na história. Assim, não vemos a grande amizade entre Reed e Ben; nem o envolvimento amoroso de Reed com Sue; nem a relação de irmãos de Ben e Johnny ou toda a rivalidade entre Reed e o Dr. Destino.


A preguiça do roteiro ainda é exarcebada pelas atuações burocráticas dos atores, que pareciam não acreditar no que estavam fazendo. Tentando ser sério e realista, o filme acabou saindo frio, sem qualquer sentido e soa como uma grande provocação para a Marvel e seus fãs("olha só o que estamos fazendo com seus queridos personagens").

Não vejo maiores problemas em termos uma equipe mais jovem sendo apresentada, mas todos os personagens acabaram sendo descaracterizados e viraram uma sombra do que são nas boas HQs. E ainda pior do que o Quarteto "sem sal" foi o Victor von Doom, que virou um personagem pouco carismático antes de ganhar os poderes e totalmente ridículo e caricato em sua fase "Dr. Destino".

Com um visual bizarro, motivações pífias e um discurso patético, este Dr. Destino deu vergonha de ver e afundou o filme de vez. A segunda parte da produção é um show de horrores, e culmina num dos finais mais sem graça que eu já vi. Fica aquele sentimento de "é só isso?", "não pode ser" e "não acredito".


Na história, os brilhantes e jovens cientistas Reed Richards(Miles Teller), Susan Storm(Kate Mara) e Victor von Doom(Toby Kebbell) criam um portal que leva à uma nova dimensão, chamada de "planeta zero"(não sei porque não usaram a superconhecida "zona negativa"). Junto com Johnny(irmão adotivo(?!) de Sue, interpretado por Michael B. Jordan) e Ben(amigo de infância de Reed, vivido por Jamie Bell), Reed e von Doom vão até esta outra dimensão e lá todos ganham seus poderes, vindos das energias que constituem o planeta.

Numa outra decisão questionável, Sue não faz parte da viagem e ganha suas habilidades após ser atingida por uma onda de choque vinda da nova dimensão. Doom fica preso no planeta, e lá cultiva seus vastos poderes e pelo jeito enlouquece, pois seu plano de destruir a Terra e ficar sozinho no Planeta Zero não tem pé nem cabeça.


Após voltar à Terra, Reed afasta-se dos companheiros(?!), que - enquanto esperam por uma possível cura para suas novas condições - passam a colaborar com os militares. Reed é localizado por Sue e capturado por Ben, e seu retorno resulta numa volta ao Planeta Zero, que é quando surge o ridículo Dr. Destino e a equipe une-se(de forma automática e pouco convincente) para impedir que o vilão destrua a Terra, sugando-a por um buraco negro.

Faço eco, então, à todas as justas críticas negativas que o filme sofreu, e isso que eu assisti buscando ver os pontos positivos e tentando dar um desconto. Não deu! Pouca coisa se salva(o começo até que funciona) e as inúmeras alterações na estrutura do Quarteto são indefensáveis. Nota: 4.

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